Em Nova Lima, pertinho de Belo Horizonte, até 4 de outubro, acontece a 17ª edição da mostra mineira.
Minas Gerais desponta como um pólo criativo na arquitetura e no design de interiores nacional. Confira alguns dos ambientes da mostra local da Casa Cor, uma das edições mais aguardadas do evento de decoração.
Este ano, arquitetos e designers de interiores apostaram nos materiais quentes, nas memórias afetivas e na magia da luz, que, por meio de luminárias versáteis, confere cenas diversas aos projetos. O mobiliário também revela a preocupação com o conforto. Pelos espaços, não se veem móveis apenas belos: as peças, assinadas por designers consagrados ou criadas pelos autores das propostas, são especialmente convidativas. Nesta seleção de ambientes, vale conferir ainda a sensibilidade dos profissionais na escolha das obras de arte.
Uma iluminação versátil torna esta sala, assinada por Bernadette Correa, um local agradável para a leitura. Isso porque a luminária Boy’s Lamp (La Lampe), com cúpula de altura regulável, intensifica ou reduz a luminosidade do espaço. Elegantes, os painéis de Lyptus são um recurso para não danificar as paredes da sede do evento. "Mandei fazer uma grande caixa. Foi só chegar e instalar", conta. Poltrona de Flávio de Carvalho (São Romão).
Cores claras transmitem frescor e, por isso, foram a escolha da arquiteta Christianne Taranto para despertar a sensação de um pós-banho delicioso neste spa. Uma bancada de Corian (Belíssimo Banheiros), de 5 m de comprimento, se estende pelo ambiente. Na área de maquiagem, iluminada pelos pendentes da italiana Artemide (La Lampe), um papel vinílico (Gisele Decorações), resistente à umidade, reveste as paredes.
Para o deleite de um enólogo, a arquiteta Angélica Araujo projetou um ambiente aconchegante. Na poltrona de balanço, com braços de eucalipto, colocou estofamento de couro. Lâminas de noce canaletto recobrem a estante. "Criei uma peça em módulos, que pode crescer com a coleção de livros do proprietário." O tocheiro Dorie (La Lampe) dá o clima intimista. Nanquim sobre papel de Izaura Pena.
Um loft repleto de lembranças é a proposta da decoradora Denise Vilela, expressa na composição de parede que evoca o passado. O azul da tinta repete a cor da fazenda em que a profissional passou a infância. "Este espaço me lembra de quem sou", diz. No mobiliário, há um casamento de épocas: as poltronas de Jorge Zalszupin (São Romão), criadas nos anos 1950, se unem ao sofá contemporâneo (Líder Interiores).
Móveis vintage e contemporâneos compõem a decoração do flat criado pela designer de interiores Nara Cunha. Em torno da mesa Tulipa, revestida de carvalho claro, ficam cadeiras desenhadas por Aristeu Pires (São Romão) e bancos de gesso forrados do mesmo linho da parede (Micheliny Martins). A poltrona de costas, com braços de madeira, é do mestre Zanine Caldas. Obras de arte coloridas de Marinaldo dos Santos.
Projetado pelo arquiteto Pedro Lázaro, o Spa Santa Cruz Acabamentos é um espaço revigorante. O espaço se divide em cabine de banho e área relaxante. Nesta, é possível fazer massagens e terapias diversas ou relaxar na banheira. Ali, é possível tomar banho e ao mesmo tempo usar o telefone ou ouvir música. Um iPad acoplado ao boxe do chuveiro integra estas tecnologias e ainda funciona como alarme de segurança, para casos de emergência. Todo o espaço é revestido com pastilhas brancas, que contrastam com elementos em preto. A iluminação é feita com fitas de LED que aparecem em rasgos nas paredes e no teto.
A arquiteta Ana Paula Paolinelli é quem assina o The Art Bistrô, ambiente utilitário da Casa Cor Minas. Painéis em tiras de madeira fazem um desenho de alto e baixo no relevo. Itens de material polido, como o espelho bronze, contrastam com o papel de parede, que imita um tecido em matelassê. As diversas texturas apresentadas no espaço deixam seu visual interessante e nada óbvio. O ambiente também oferece opções sustentáveis de revestimento, como o mármore travertino sintético, o piso em PVC que imita madeira de demolição e o deque de eucalipto de reflorestamento. A lareira elétrica, o lustre de cristal e tecido e o mobiliário com perfume de época ornamentam o projeto.
Na França, Foyer é o salão dos teatros onde as pessoas se reúnem no intervalo do espetáculo. Inspiradas nesta ideia, a arquiteta Mariana Borges e a designer de Interiores Thaysa Godoy criaram o espaço Bilheteria / Foyer. Com 80m², o primeiro ambiente interno da Casa Cor Minas serve como espaço de convivência - e salão de expectativas. Em toda a fachada foi usada madeira restaurada de demolição com mais de cem anos. Portas de quase três metros de altura dão as boas vindas ao visitante. A marcenaria interna foi toda projetada pela dupla e executada com placas de MDF e a iluminação é feita com lâmpadas de LED. O piso, que imita a madeira, é cimentício, enquanto a lareira funciona a base de etanol.
Com 680 m², o Jardim do Encontro se inspira em praças do interior e se apresenta como o lugar ideal para caminhar, conversar, observar a natureza e apreciar obras de arte. Esculturas do artista mineiro Leandro Gabriel estão espalhadas pelo espaço e são criadas com materiais de refugo, como chapas de ferro, velhos discos de tratores e sucata. Espécies de fácil cultivo, como azaléas, palmeiras, bromélias e folhagens diversas, adicionam texturas, cores e formas. O projeto é dos paisagistas Elvira Brandão, Pedro Murta e Clarice Maia, que também é artista plástica.
No Disco-Lounge Interativo, a nostalgia do mobiliário original vintage convive com a tecnologia da música eletrônica. O espaço, de 73,80 m², conta com um lounge, onde há um painel interativo com a árvore genealógica da música eletrônica. Com controles do vídeo-game Nintendo Wii e fones de ouvido individuais, os usuários podem escolher o ritmo de sua preferência. Um painel de MDF revestido de garrafas PET faz a acústica do ambiente. A iluminação é com LED. Entre os móveis, destaque para o sofá Tonico, o par de poltronas Oscar (ambas criações de Sérgio Rodrigues) e a mesa Le Corbusier. O ambiente é assinado pela arquiteta Cida Teles e pelos engenheiros civis e designers de interiores Flávia Freitas e Luciano Costa.
O Home Theater da Família tem como meta ser um cinema em casa, integrando a família em um mesmo espaço de lazer imerso em tecnologia. Para isso, a arquiteta, urbanista e designer de interiores Isabella Magalhães apostou na aparelhagem automatizada. Com um iPad em mãos é possível controlar a tela de 133 polegadas com projeção em 3D de alta definição - além de ser possível acessar a internet, armazenar fotos, vídeos e música ou assistir a programas na grande tela. Para dar leveza, os tons neutros predominam em paredes e no carpete, contrastando com o preto usado nos móveis.
O Loft da Campeã de Golfe, de Cristina Morethson (arquiteta e designer de interiores) e Angelo Nunes Coelho (engenheiro e designer), é uma homenagem à esportista Maria Ignes Gonçalves. Seus 80 m² foram setorizados por uma divisória com nicho e lareira. Ela delimita os ambientes e marca a trajetória da TV 3D deslizante - acionada pelo iPad, ela se movimenta por um trilho preso ao teto e pode ser assistida em qualquer parte do loft. Um pequeno hall com cristaleiras é o lugar escolhido para expor a coleção de troféus de Maria Ignes. O closet, com peças do estilista Victor Dzenk, possui cabideiro eletrônico giratório e é comandado por tablet. O mobiliário contemporâneo tem acabamentos em laca brilhante, seda, veludo, couro e camurça.
O Loft Ronaldo Fraga é uma homenagem do arquiteto e designer Cioli Cássius Stancioli ao estilista mineiro. Com 35 m², o espaço é inspirado na vida agitada, criativa e cheia de viagens do profissional e integra quarto, banheiro e cozinha. Iluminação industrial e efeito concreto nas paredes fazem contraste com peças de madeira e couro customizadas ou de reaproveitamento. A parede da cozinha leva plotagem que imita o ladrilho hidráulico. Desfiles e croquis também estão impressos pelo espaço, assim como formas e texturas - como a colcha de fuxicos - que relembram a trajetória de Ronaldo.
Criado para um jovem engenheiro ligado em tecnologia e gastronomia, o Loft do Rapaz mostra o estilo de vida contemporâneo de seu dono. O espaço, de 36 m², não tem paredes nem divisões internas. O piso é revestido de PVC e as paredes, de placas cimentícias que dão acabamento tridimensional. O ambiente tem aparelhos automatizados, integrando projetor, telão de 96 polegadas (com óculos 3D) e equipamento de som para home theater. Obras dos artistas Sérgio Machado e Ricardo Carvão e eletrodomésticos de ponta funcionam como itens decorativos. O projeto é de Flaviane Pereira, designer de interiores.
Ao criar os Banheiros Públicos, a arquiteta e designer de interiores Larissa Leão quis quebrar com o conceito de espaço apenas para necessidades. Ela propõe uma nova relação do usuário com o ambiente: aqui, ele entra em contato com a arte. E valoriza artistas locais - caso das esculturas em madeira entalhada, assinadas pelos mineiros Naninho e Hamilton, expostas no local. Os 45 m² se dividem em banheiro feminino, masculino e uma circulação que os conecta. Bancadas em Limestone Bateige Blue amparam as cubas de linhas arredondadas. No chão, a escolha é por carpete e piso vinílico. Na parede, foi aplicado papel de parede com arabescos; no teto, tons de chumbo e preto com efeito de camurça.
O Banho do Jovem Casal foi projetado para recém-casados que gostam da história e de peças vintage, mas não abrem mão de novidades. Espaços separados para o feminino e o masculino valorizam a individualidade; já o ambiente central serve para o casal passar momentos junto. O piso das áreas molhadas é revestido de mármore Zaidal e as paredes, de papel de parede vinílico. Retalhos de espelhos formam dois grandes painéis atrás das bancadas, onde se encontram as torneiras de piso. Com pouco mais de 33 m², o ambiente é assinado pelas arquitetas e designers Flávia do Prado e Letícia Dias.
Uma moça por volta dos 20 anos é a contemplada neste Quarto da Filha. Para compor o ambiente clean e aconchegante, predominam peças em laca brilhante, como na bancada de maquiagem, e itens com o uso de linho, como a cortina e a cabeceira da cama, que usa dois tons do tecido. Vasos de murano e luminárias em aço galvanizado com pintura de ouro velho e cristais adornam o quarto. Já o papel de parede rendado dá um toque romântico e feminino ao espaço, de 16 m². O projeto é das arquitetas Bruna de Oliveira Figueiredo Matos e Maria Virginia Fonseca Reis.
Fonte: Revista Casa Claudia
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