Faz parte da identidade alemã valorizar e preservar os museus, independente do tamanho de seus acervos. Há desde os clássicos, de artes, história, ciência e tecnologia, até os mais curiosos, como o de arte falsificada, da banana ou do penico. Tanto nas grandes metrópoles como em lugarejos afastados, seja em prédios fechados ou ao ar livre, os museus e as exposições são testemunhos da história e do desenvolvimento tecnológico e cultural.
Os museus originaram-se basicamente das coleções de nobres e soberanos, que com isso pretendiam ostentar sua riqueza. Também a Igreja e, mais tarde, a sociedade burguesa colecionavam não só obras de arte, como ainda instrumentos musicais, ferramentas, minerais e equipamentos técnicos da época. Hoje em dia, os acervos adquiriram tamanha proporção que muitos objetos são apresentados ao público apenas em mostras especiais, permanecendo guardados o resto do tempo.
Quando museus são superlativos
Os principais museus alemães são superlativos, seja pela idade, seja pelo acervo ou pela sua arquitetura. O Museu Nacional Germânico (Germanisches Nationalmuseum), de Nurembergue, por exemplo, é o maior e mais importante museu de história, cultura e arte da Alemanha.
Não se pode deixar de citar ainda a grande quantidade de museus etnográficos, que refletem as atividades dos diversos descobridores e etnólogos alemães. Neste campo, destacam-se o Museu Etnológico (Ethnologisches Museum) berlinense, com 500 mil peças de todo o mundo, o Museu Linden, de Stuttgart, e o Museu Roemer Pelizaeus, de Hildesheim.
A visita ao museu é parte integrante da vida alemã, seja na fase escolar ou nas horas de lazer dos adultos. Mais de 100 milhões de visitantes são atraídos a cada ano aos museus, que em algumas grandes cidades, como Frankfurt do Meno, Bonn, Berlim e mesmo Munique, estão concentrados numa área.
Muitas vezes, os próprios prédios dos museus são jóias arquitetônicas dignas de apreciação, como o Novo Museu (Neues Museum), de Nurembergue, a Pinacoteca Moderna (Pinakothek der Moderne), de Munique, ou os prédios do famoso arquiteto Daniel Libeskind. Trata-se do Museu Judaico de Berlim (Jüdisches Museum Berlin) e da Casa de Felix Nussbaum, em Osnabrück.
Os museus alemães, sejam eles públicos, privados, da Igreja ou de associações, trabalham juntos em vários setores, como na pesquisa, documentação centralizada, restauração e segurança.
O interesse alemão pelos museus é evidenciado por um evento que já se consagrou em várias cidades: a Longa Noite dos Museus (Lange Nacht der Museen). Os museus permanecem então abertos pela madrugada adentro, ao mesmo tempo em que os estabelecimentos oferecem uma série de eventos culturais paralelos, atraindo milhares de visitantes.
Guia de museus clássicos e curiosos
BERLIM
Museu Histórico Alemão
Os principais museus da capital alemã estão concentrados numa ilha no Rio Spree, a chamada Ilha dos Museus (Museumsinsel). Dentre eles destacam-se o Museu Pérgamo (Pergamonmuseum) e o Museu Antigo (Altes Museum), com suas coleções da Antigüidade, inclusive fragmentos de edifícios do Oriente Médio.
A ilha abriga ainda o Museu Bode (Bodemuseum), de arte bizantina e esculturas medievais e a Alte Nationalgalerie (Antiga Galeria Nacional), com seu amplo acervo de pintura do século 19.
A Nova Galeria Nacional (Neue National Galerie), abrigada no famoso edifício de Mies van der Rohe, possui uma representativa coleção de arte do fim do século 19 e arte moderna, além de ser um importante endereço de grandes exposições temporárias em Berlim.
Na capital alemã não se pode deixar de visitar também o Museu Histórico Alemão (Deutsches Historisches Museum), o Deutsche Guggenheim Berlim e o Museu Egípcio e Coleção de Papiros (Ägyptisches Museum und Papyrussammlung), cujo acervo é o mais rico e importante do mundo e em breve será transferido para o Museu Novo (Neues Museum), em reforma na Ilha dos Museus. Uma das principais atrações é o busto da Rainha Nefertiti, que data de 1340 a.C..
MUNIQUE
Na capital bávara, vale a pena visitar a Pinacoteca Antiga (Alte Pinakothek), que abriga uma das coleções mais importantes e antigas do mundo, com obras-primas do século 14 ao final do século 18. Perto dela, fica a Nova Pinacoteca (Neue Pinakothek) com expoentes da pintura e escultura da Europa da segunda metade do século 18 até o início do século 20.
Complementando, foi inaugurada em 2002 a Pinacoteca Moderna (Pinakothek der Moderne), com sua coleção de artes plásticas, arquitetura, design e gravura. O prédio, obra do arquiteto Stefan Braunfels, tem mais de 12 mil metros quadrados de área de exposição.
Outro importante ponto de atracão em Munique é o Museu Alemão (Deutsches Museum), fundado em 1903, meca da ciência e técnica. É o maior museu do mundo no seu gênero, com atrações para adultos e crianças.
BONN
A ex-sede do governo alemão abriga o Kunst- und Ausstellungshalle der Bundesrepublik Deutschland (Pavilhão de Arte e Exposições da República Federal da Alemanha). Famoso por seu prédio, que na parte externa apresenta três torres no formato de cone, o museu oferece obras de arte e exposições sobre temas variados.
Também não pode deixar de ser visitada a Haus der Geschichte der Bundesrepublik Deutschland (Casa da História da República Federativa da Alemanha), onde mais de 6 mil objetos e documentos registram a história do país após 1945.
FRANKFURT
Na capital financeira da Alemanha fica o Museu Alemão do Filme (Deutsches Filmmuseum), que documenta a história do cinema através de um acervo que inclui 800 mil fotografias, 10 mil cópias de filmes e 22 mil cartazes, duas mil câmaras e ilhas de edição, além de 5 mil roteiros e 1500 discos de acetato.
Destaque também para o Museu Alemão de Arquitetura (Deutsches Architektur Museum), com suas 200 mil plantas e 600 maquetes de arquitetura internacional do século 20 até o presente, entre os quais 32 espólios completos. Também a arte tem espaço em Frankfurt, através de dois expoentes: o museu Stadel (Städelsches Kunstinstitut und Städtische Galerie) e a galeria Schirnkunsthalle, com muitas obras de artistas internacionais.
COLÔNIA
Também os principais museus desta cidade ficam próximos das margens do Rio Reno. São eles o Wallraf-Richartz Museum, com a maior coleção de obras medievais da Escola de Colônia, pinturas de 1300 a 1900 e esculturas dos séculos 19 e 20; o Museum Ludwig, que abriga pinturas, esculturas e cerâmicas do século 20, com destaque para Picasso; o Römisch-Germanisches Museum (Museu Romano-Germânico), arqueológico, exibe a cultura romana, com destaque para o mosaico de Dionísio. Quem gosta de chocolate não pode deixar de ir ao Imhoff-Stollwerck-Museum.
DRESDEN
A histórica cidade do Leste alemão tem o Zwinger ─ palácio barroco construído por Augusto, o Forte (1670-1733) ─, que hoje abriga importantes coleções da pintura européia, e o Grünes Gewölbe (Abóbada Verde), com preciosidades da arte da joalheria e ourivesaria, em marfim e minerais, além de estátuas de bronze.
WEIMAR
Além das casas de Goethe e Schiller, hoje museus, vale a pena visitar na capital alemã do clássico o Museu Nacional de Goethe e o Museu Bauhaus.
Espalhados pelos diferentes cantos do país, encontram-se museus dos mais curiosos, como o da arte falsificada, o do penico e o do ronco. Você encontra abaixo uma lista de links para alguns museus.
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