Os tijolos aparentes acompanham a história da arquitetura, sobretudo a de tradição ibérica. Além de peças vermelhas e laranja, as olarias começaram a oferecer outras mescladas e mais claras. Após passar os últimos anos sem tantas inovações, os tijolos voltam à cena, com usos modernos e novos acabamentos.
Há versões mais escuras, pintadas, com cara de demolição e tamanhos sob encomenda. Confira algumas sugestões:
Quem vê a escada desta casa em Campos do Jordão, SP, demora a entender se o mais atraente é a imperfeição dos tijolos de demolição ou o jeito em que foram dispostos, com a parte menor para a frente. “Parece que estão empilhados”, diz a arquiteta. Eles foram assentados com junta seca e escurecidos ao receber uma demão de óleo queimado (de carro) diluído em aguarrás. Execução do engenheiro Marcelo Padovan.
Neste apartamento em São Paulo, a sala de jantar, a de estar e a cozinha ficam integradas. Ao reformá-las, o morador solicitou acabamentos sóbrios e rústicos. A parede principal recebeu revestimentos do tipo inglês, modelo Shiraz B – importados da África pela Palimanan Pedras Naturais –, aplicados com junta seca. A caixa com 50 unidades (22 x 7 cm e 1 cm de espessura) vale R$ 168 e cobre 0,84 m².
Um apartamento informal sem perder a elegância. Foi executado uma paginação (junta de amarração) cujas fiadas se alternam. Cortadas ao meio para servir de revestimento, as peças da Cia. das Telhas, de 27 x 13 x 7 cm (R$ 1 783 o milheiro), não têm rejunte.
Exímio conhecedor da versatilidade dos tijolos, o arquiteto Isay Weinfeld optou por peças avermelhadas para revestir esta casa em Atibaia, SP, praticamente por inteiro. “Na época da obra, há mais de 15 anos, esse material entrou em falta. Foi uma aventura percorrer várias olarias para encontrá-lo”, lembra o morador. No assentamento, optou-se pela junta frisada, em que é preciso retirar o excesso de argamassa entre os tijolos. Em todas as paredes, eles foram dispostos na posição tradicional, mas na escada o arquiteto preferiu usá-los na vertical.
Nem os tons nem as medidas dos tijolos são comuns. Para recobrir a fachada desta casa assinada pelo escritório Rocco Associados, de São Paulo, a R.O Materiais de Construção fabricou peças sob medida nas cores tabaco e café-mesclado. Elas medem 27 cm, em vez dos tradicionais 23 cm de comprimento, e custam mais. Devido ao peso dos revestimentos, a instalação com junta seca exigiu cuidados para que eles não se destacassem da parede. Os tijolos da primeira fiada foram recortados no verso a fim de criar uma reentrância em cada um. “Esse dente se encaixa numa cinta metálica presa na fachada. O processo, repetido a cada 1 m, dá firmeza ao conjunto”, explica o engenheiro.
Quando recebeu a encomenda de transformar um estúdio de dança em moradia e estúdio de um fotógrafo, a arquiteta , pensou em mudanças que não descaracterizassem a arquitetura dos anos 80. “Os tijolos aparentes estavam intactos, por isso só pensei em modernizá-los com tinta branca”, fala Tania. Ela elegeu o látex PVA (Suvinil), aplicado com pincel e rolo, por ser uma opção que requer menor manutenção. “Foram necessárias três demãos para cobrir totalmente a superfície”, completa a profissional.
Fonte: Revista Casa Claúdia
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