O BLOG

Soluções para Arquitetura e Paisagismo.
Este blog foi elaborado por Marjorie K © 2008-2024.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Yulia Brodskaya


Lendo por aí, me deparei com Yulia Brodskaya, design gráfico russo e reside atualmente em Londres.











Relembrando Exposição Expressiva


Arte da África

Curadoria: Peter Junge
14 outubro de 2003 a 4 de janeiro de 2004


No Rio, a mostra de 300 peças do acervo do Museu Etnológico de Berlim, é o carro-chefe da comemoração de 14 anos do CCBB; sob curadoria de Peter Junge, curador-chefe do departamento de África do museu berlinense, reúne tesouros absolutos, do século 15 ao 20, de 31 países da África subsaariana: África do Sul, Botsuana, Burkina Fasso, Burundi, Costa do Marfim, Gabão, Gana, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, Lesoto, Libéria, Malaui, Mali, Moçambique, Namíbia, Nigéria, Quênia, República Centro-Africana, Ruanda, Serra Leoa, Somália, Suazilândia, Sudão, Tanzânia, Togo, Uganda, Zâmbia, Zimbábue, com ênfase no Congo, em Camarões e Angola.

Paralelamente, o CCBB-Rio promove extensa programação temática. O continente africano será revisto em peças teatrais, espetáculos musicais e performances diárias. No cinema, uma consistente programação apresenta um painel histórico da sétima arte africana, dos últimos dos anos 70 à produção contemporânea, incluindo a homenagem ao cineasta sengalês Djibril Diop Mambety. Na área de idéias, além de um seminário sobre arte africana e de um curso de introdução à História da África e da cultura afro-brasileira, voltado aos professores dos níveis fundamental e médio, um ciclo de palestras contextualiza questões geopolíticas e econômicas e as relações históricas entre o Brasil e a África, as heranças comuns e a atual situação.

A exposição

O conjunto a ser mostrado aqui é maior do que o que está em exposição em Berlim. O acervo africano do museu é de 75.000 peças, das quais 200 ficam em exibição.

Um dos méritos da iniciativa do CCBB é conseguir trazer ao país um acervo clássico. Segundo Yole Mendonça, diretora da instituição, “o Banco do Brasil não mediu esforços para trazer ao país, pela primeira vez, a excelência artística do continente africano. É indiscutível a importância da África na formação do nosso povo, sem contar a enorme influência histórica e social na cultura brasileira.”

"O reencontro com a arte africana é, acima de tudo, um momento de memória. É a reafirmação de nosso compromisso genético com uma arte viva que produz vida, é uma constante reconceptualização de nossa arte afro-descendente, mestiça de matriz africana", pontua o ministro da Cultura, Gilberto Gil, no seu texto de apresentação no livro que acompanha a mostra.

O diretor do Instituto Goethe do Rio de Janeiro, Alfons Hug, idealizador e coordenador geral do projeto, lembra que “a arte africana foi ponto de referência para a arte moderna e continua sendo uma fonte de inspiracao para muitos artistas contemporâneos." Esta influência está, por exemplo, nos olhos de “Demoiselles d’Avignon” de Picasso e nas esculturas de madeira dos expressionistas alemães.

Arte da África ocupa todos os espaços expositivos do CCBB-Rio, com esculturas de madeira, de bronze, máscaras, tronos, insígnias e adereços da realeza, objetos de uso pessoal, figuras de ritual, figuras ancentrais e de poder, instrumentos musicais, entre outros.

“Em oposição a muitas mostras de arte africana, esta não se restringe a esculturas figurativas e máscaras, mas integra também obras importantes da cultura cotidiana, como jóias de ouro e marfim, pentes com decorações figurativas, encostos para a nuca etc.”, defende o curador Peter Junge, que escolheu eixos temáticos para ordenar a exposição:

- a escultura figurativa, subdividida em objetos vinculados ao poder político e objetos cuja função consiste sobretudo em equilibrar partes da visão de mundo e assegurar a estabilidade;
- máscaras e instrumentos musicais, partes integrantes das artes performáticas;
- objetos de uso cotidiano que apresentam uma dimensão adicional, estética, em virtude da sua forma específica.

Esculturas figurativas
Na visão de mundo das diversas culturas individuais, a maioria dos objetos desta mostra desempenha a função de contribuir para a ordem, estabilidade ou segurança e para apoiar o seu restabelecimento.

Eles estão ordenados em dois blocos de limites fluidos:
• arte e poder político: retratos comemorativos de reis, tronos e objetos da realeza - obras de arte relacionadas com o exercício da dominação em sociedades hierarquicamente organizadas;
• a arte ajudando a manter o equilíbrio do universo: figuras dos antepassados, figuras de poder (power figures), figuras de gêmeos e bonecas de fecundidade, bem como esculturas figurativas do mundo dos oráculos. Em algumas culturas africanas, além do mundo dos vivos, existe a idéia de um mundo paralelo, do qual as pessoas vêm a esta vida apenas por curto tempo, retornando ao primeiro depois da morte. Este núcleo tem obras de arte que assinalam a interface entre os dois “mundos”.








Performance
• Máscaras
As máscaras talhadas são um viés das artes plásticas, mas, sobretudo, integram uma arte que pode ser mais bem circunscrita pelo conceito da performance. Um filme de desfiles de máscaras do Reino de Oku, nas estepes camaronenses, incluído na mostra, é um bom exemplo;
• Música
Junto com as máscaras, os instrumentos musicais pertencem ao âmbito das artes performáticas e da dança. Por outro lado, as narrativas também recebem acompanhamento musical. Como as artes plásticas, a música africana exerceu influência significativa sobre a das Américas e da Europa: nosso samba, o jazz norte-americano e, hoje, a produção pop internacional.


Texto: Meise Halabi
Créditos:http://www.canalcontemporaneo.art.br/e-nformes.php?codigo=237#5