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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Conheça as características do steel frame, sistema que garante obra rápida com mínima geração de resíduos

Leveza, rapidez de construção, baixa geração de resíduos e facilidade de reciclagem estão entre as principais vantagens do sistema.

Por meio de pesquisas realizadas por Sales et al. (2001) observou-se que grande parte das falhas construtivas e problemas executivos são devidos à deficiência de projeto e de planejamento do processo de produção.



Sistema construtivo composto por perfis de aço galvanizado, associados a componentes de vedação industrializados como o OSB ou placas cimentícias, o LSF (light steel frame), ou apenas steel frame, surgiu nos Estados Unidos, no século 20, como uma evolução do wood frame (que utiliza perfis de madeira), para atender à necessidade urgente de novas habitações, em função da explosão demográfica no país. 

Versatilidade, redução do desperdício de material e rapidez de construção estão entre as principais vantagens do sistema, que exige projeto e planejamento minuciosos para evitar patologias.

 Painel com contraventamento em "X"

Um dos erros mais comuns no projeto é a ausência de contraventamentos, responsáveis pela resistência da construção a cargas horizontais como, por exemplo, os esforços gerados pelo vento. 



É possível construir edificações com até cinco pavimentos feitas integralmente com o steel frame.

Os componentes construtivos chegam prontos ao canteiro de obras e, para erguer o steel frame, é preciso apenas de uma ferramenta: a parafusadeira. "A estrutura é toda parafusada. A solda nunca deve ser usada porque retira a camada de proteção de zinco contra corrosão dos perfis de aço"

OSB, placa cimentícia e PVC são empregados como placas de vedação externas, em painéis do tipo sanduíche, com miolo de lã mineral (para isolamento termoacústico) e chapa de gesso acartonado como acabamento interno. 

Estrutura de piso em steel frame


Desenho esquemático de laje úmida

Desenho esquemático de laje seca

As placas cimentícias e o OSB podem ainda vir com acabamento vinílico ou cimentício, passando então a ser denominadas siding cimentício e siding vinílico, respectivamente.

Apesar de mais caros, os sidings dispensam futuros reparos na pintura, exigindo como manutenção apenas lavagem. A durabilidade do steel frame depende da correta especificação dos materiais, como tintas, massas de acabamento, de assentamento e rejuntes, que devem ser flexíveis para evitar a formação de fissuras decorrentes dos diferentes coeficientes de dilatação dos componentes do sistema e das micromovimentações da estrutura.

 Desenho esquemático de uma residência em LSF


Normalmente, as edificações de steel frame são erguidas sobre uma fundação direta do tipo radier, que transmite as cargas da estrutura para o terreno. No entanto, se o terreno for muito irregular, ou se o solo não for resistente o suficiente, pode ser empregada a viga baldrame ou, em casos mais graves, fundações por estacas.

Apesar da versatilidade, o steel frame não é o sistema mais indicado para construções com grandes vãos, ou com pé-direito muito alto, já que a quantidade de aço exigida em casos como estes inviabiliza financeiramente a obra. 

Embora seja amplamente difundido nos Estados Unidos e na Europa, o light steel frame ainda encontra algumas barreiras para se propagar de maneira equivalente no Brasil, onde começou a ser utilizado na década de 1990. Um dos estigmas que cercam o sistema é a fragilidade, ou seja, de que ele não oferece a mesma segurança que a alvenaria feita de tijolo e cimento.

"Quem vê aquelas estruturas metálicas, ocas e principalmente leves, acha que o steel frame não tem a mesma segurança que a alvenaria. Mas o sistema fez testes em laboratórios, que são os mesmos aplicados à alvenaria, e passou em todos", afirma Valverde. 

Para Massafumi, o estigma de fragilidade também é injusto. "O light steel frame já conseguiu provar em testes que é resistente a impactos físicos e a intempéries. Em questão de manutenção, inclusive, causa menos problemas do que a alvenaria. São componentes que podem ser trocados, é só substituir paredes", ressalta o arquiteto.

Figura 2 - Transmissão da carga vertical à fundação - alinhamento da estrutura

Figura 3– Distribuição dos esforços através da verga para as ombreiras

A geração de resíduos em obras de steel frame é mínima, sendo que as sobras, normalmente restos de perfis, parafusos e gesso acartonado, podem ser reciclados. Além disso, o cimento empregado na obra é unicamente destinado para a concretagem do radier. "O light steel frame é uma construção inteligente, limpa e eficaz. Usa uma tecnologia totalmente industrializada e o controle de qualidade é feito na fábrica, e não no canteiro de obras, o que garante elevado desempenho", defende o arquiteto Siegbert Zanettini.

Apesar dos elogios, o fato é que não existem normas técnicas brasileiras para o steel frame, apenas normas específicas para componentes usados no sistema, como perfis metálicos (NBR 6355 - Perfis estruturais de aço formados a frio - Padronização), as normas para chapas cimentícias (NBR 15498 - Placa plana cimentícia sem amianto - Requisitos e métodos de ensaio) e a norma de cálculo estrutural NBR 14762 - Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio.

O requerimento da norma deve ser feito à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) por uma associação de fabricantes, construtores, consultores e consumidor final do light steel frame, planejada pelo setor para ser oficializada até o final de 2011. Com a norma, os fabricantes são obrigados a testar seus produtos e sistemas em laboratórios cadastrados para mostrar que atende aos requisitos da norma de desempenho NBR 15545 - Edifícios habitacionais de até cinco pavimentos.

O steel frame também tem a fama de ser um sistema caro. O preço do metro quadrado deste tipo de construção varia de 1 mil a 5 mil reais (projetos de casas de luxo), enquanto o valor médio do metro quadrado construído em alvenaria, segundo o Custo Unitário Básico da Construção Civil (CUB) de julho é de 951,83 reais. Mas, para os especialistas, o steel frame oferece melhor custo-benefício. "Como os componentes são pré-fabricados e dimensionados na quantidade exata, o sistema segue exatamente o orçamento, sem desvio de valores", finaliza Massafumi.


divulgação Brasilit
DURABILIDADE

As placas cimentícias impermeabilizadas da Brasilit são indicadas para fachadas, vedações e revestimentos, principalmente externos. Não possuem amianto, têm alta durabilidade e são resistentes à umidade.
www.brasilit.com.br



 
divulgação Knauf
FLEXIBILIDADE

A chapa cimentícia Aquapanel, da Knauf, é um sistema desenvolvido para a construção e recuperação de fachadas. Sem material orgânico em sua composição, proporciona mais flexibilidade e menos absorção de água.
www.knauf.com.br


 
divulgação Ananda Metais
LEVEZA

Os perfis Steel Frame Ananda Metais são produzidos em aço galvanizado com espessura de 0,95 mm de acordo com o Sistema Métrico Internacional e conforme exigência da Norma ABNT 15.253.



  

divulgação Placo
VERSATILIDADE

As placas de gesso acartonado da Placo, para vedação interna, estão disponíveis em três modelos: Standard ST (para áreas secas), RU (resistente à umidade - para locais sujeitos à umidade por tempo limitado) e RF (resistente ao fogo).
www.placo.com.br






divulgação LP Brasil
ECOLÓGICO

O LP Brasil produz o painel OSB estrutural de tiras de madeira 100% proveniente de reflorestamento, orientadas em três camadas perpendiculares, unidas com resina resistentes e prensadas sob alta temperatura, o que aumenta sua resistência mecânica, rigidez e estabilidade.
www.lpbrasil.com.br
 

divulgação Trisoft
 

CONFORTO AMBIENTAL 

A Lã de Pet Isosoft Wall é indicada como tratamento térmico e acústico em sistemas de construção seca. O produto, 100% reciclável, é feito de lã de garrafas pet, e isola os ruídos entre os ambientes internos. Pode também ser utilizado em telhados e coberturas metálicas.
www.trisoft.com.br




O sucesso de um empreendimento em LSF ou em qualquer outro sistema construtivo industrializado passa necessariamente pela concepção de um projeto de arquitetura dotado de uma visão sistêmica do processo de produção e que considere todo o potencial e condicionantes do sistema. 

Como sistemas industrializados são incompatíveis com improvisações no canteiro, a racionalização construtiva deve ser proporcionada desde a concepção do projeto, pela otimização do uso dos componentes por meio da coordenação modular, da compatibilização entre projetos e de subsistemas e do emprego de projetos para a produção.O uso da coordenação modular permite eliminar a fabricação, modificação ou adaptação de peças em obra, reduzindo o tempo da execução e o desperdício de materiais.                

Fonte: Revista Téchne/ AU

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