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sábado, 18 de setembro de 2010

Quem tem medo da Arquitetura Hospitalar?

A partir dos conceitos que devem orientar os arquitetos na busca de hospitais mais eficientes e adequados aos novos tempos, podemos dizer que um novo modelo de hospital está surgindo. Estes parâmetros são baseados na forte corrente da humanização que permeia os estudos e pesquisas sobre a arquitetura de instituições de saúde. O desenho do novo hospital está, acima de todas as outras determinantes, baseado solidamente na figura do paciente e na tradução de todos os seus direitos e aspirações enquanto usuário do sistema de saúde.

Neste sentido o livro “Quem tem medo da Arquitetura Hospitalar?” apresenta uma coletânea de artigos reunidos pelo professor Antonio Pedro de Carvalho, fruto de sua experiência como professor e organizador do Curso de Especialização de Arquitetura em Sistemas de Saúde da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia.

As reflexões e discussões sobre o intrincado tema da arquitetura de ambientes de saúde presentes no livro são apresentadas em importantes tópicos com enfoque em alguns espaços estratégicos e relevantes dos prédios hospitalares, apontando soluções e exemplos de projetos que visam compatibilizar as normas e diretrizes da Vigilância Sanitária com a forte e inexorável tendência da humanização destes ambientes, além de sua flexibilidade frente às rápidas mudanças e avanços tecnológicos que trazem impactos à sua concepção.

A coletânea se inicia com exemplar artigo do professor Fábio Bitencourt que aborda a questão da sustentabilidade e a urgência da incorporação de seus conceitos e parâmetros nos projetos de atenção à saúde, não só pela relevância do tema como também pelo menor custo de manutenção e pela qualificação funcional e assistencial destas instituições.

Algumas importantes premissas dos projetos arquitetônicos são abordadas nos capítulos subseqüentes, tendo como fio condutor a busca pela humanização dos ambientes, na sua função de acolher o paciente, facilitar o trabalho da equipe e garantir a necessária qualificação dos espaços. Reflexões acerca de projetos para Bancos de Leite, Farmácias Hospitalares, Serviços de Hemodinâmica e Hospital-Dia são apresentadas de forma detalhada, analisando fluxos, hierarquizando espaços e apresentando exemplos de plantas e distribuição de setores. Ambientes como Internação Pediátrica, Laboratório de Microbiologia, Unidades de Reabilitação e de Terapia Semi-Intensiva complementam a obra, esclarecendo dúvidas e apontando caminhos e soluções para o aprimoramento dos projetos hospitalares.

Os artigos que integram a coletânea apresentam trabalhos de pesquisadores de diversas procedências como Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Bahia entre outros, com bibliografia fartamente disponibilizada, ampliando a reflexão sobre os temas hospitalares e levando sua discussão aos mais diversos pontos do país, como que unindo os profissionais no questionamento dos conceitos inerentes às instituições de saúde. Com a contribuição do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária é, certamente, obra relevante e indispensável aos profissionais envolvidos com o assunto e integra a coletânea de publicações do autor/organizador que se iniciou com os Anais do II Seminário de Arquitetura Hospitalar (1997), seguido pelos livros Temas de Arquitetura de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (2002) e Arquitetura de Unidades Hospitalares (2004), alimentando, aprofundando e ampliando o debate sobre o tema.

Elza Maria Alves Costeira
M Sc em Arquitetura - Doutoranda do PROARQ- FAU/UFRJ. Pesquisadora do Grupo “Espaço Saúde”, PROARQ FAU/UFRJ. Professora do curso Politécnico de “Design de Interiores” da Universidade Estácio de Sá e do curso Técnico em Design de Interiores do SENAC- RIO. Membro da Diretoria Regional Rio de Janeiro da ABDEH - Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar.
Créditos: Flex Editora

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